Enquanto se aguarda uma decisão final da UE, a MG enfrenta uma tarifa adicional de 36,7%, enquanto a BYD pagará mais 17%.
A decisão da União Europeia de impor tarifas adicionais aos veículos elétricos importados da China está a ter um grande impacto nas vendas. Algumas marcas estão a enfrentar tarifas que duplicam as de outras. É o caso da SAIC, empresa-mãe da MG, que, de acordo com o último projeto publicado a 20 de agosto, terá de pagar tarifas adicionais de 36,3 por cento – ligeiramente abaixo da previsão inicial – enquanto outras marcas, como a BYD, pagarão 17 por cento e empresas como a Geely, proprietária da Volvo, 19 por cento. Porque é que estas diferenças são tão grandes?
O principal fator subjacente a esta disparidade de tarifas é a perceção da UE dos “níveis de cooperação” das empresas chinesas durante a investigação. No documento de 208 páginas publicado em julho, a Comissão Europeia observou que as respostas fornecidas pela SAIC eram “altamente deficientes”, sugerindo uma falta de cooperação adequada em comparação com os seus concorrentes.
Em contrapartida, a BYD e a Geely demonstraram maior empenhamento, contratando escritórios de advogados internacionais e recolhendo dados de forma exaustiva, o que aparentemente lhes permitiu negociar tarifas mais baixas.
A marca chinesa defendeu-se nas redes sociais no mês passado, alegando que a UE tinha solicitado informações confidenciais, como o fornecimento da química das baterias, algo que, segundo a marca, estava fora do âmbito da investigação. A resposta da BYD e da Geely foi muito mais pró-ativa, tendo efetuado uma recolha de dados mais exaustiva e contratado escritórios de advogados internacionais.
Os direitos aduaneiros em discussão vêm juntar-se aos 10% que a UE já impõe às importações de automóveis chineses. Não são apenas as marcas chinesas que serão afetadas por estas tarifas.
Modelos como o Tesla Model 3, produzido na China, serão taxados a 9%, enquanto a BMW, com o seu Mini elétrico, será taxada a 21,3%, tal como o Grupo Volkswagen, que fabrica o Cupra Tavascan na China através da joint-venture Volkswagen Anhui. A Seat confirmou que está a trabalhar para reduzir a nova tarifa. Entretanto, a Dongfeng Motor e a Nio também serão sujeitas a tarifas de 21,3%.
A Comissão Europeia afirma que estas novas tarifas se destinam a combater o que a UE considera serem subsídios injustos concedidos por Pequim aos fabricantes chineses de veículos elétricos.