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Desenvolvidos para introduzir a eletrificação no mundo automóvel, um estudo realizado recentemente mostra que têm muito de híbridos e pouco de elétricos.

Com a popularização da eletrificação, os híbridos plug-in posicionaram-se como a ligação perfeita entre os modelos 100% zero emissões e os veículos de combustão. A sua dualidade mecânica e a possibilidade de obter o melhor de dois mundos fizeram com que as suas vendas subissem rapidamente. Em Portugal, os benefícios fiscais para empresas fizeram com que se tornassem ainda mais apelativos.
Na verdade, por detrás destes benefícios, existem alguns estudos que parecem indicar que os híbridos plug-in, ou PHEV para simplificar, não são assim tão ecológicos como na realidade as marcas querem fazer parecer. Um estudo recente do International Council fo Clean Transportation (ICCT), colocou em causa a sua eficiência, pois acabam por se transformar em meros híbridos autorrecarregáveis. Uma das grandes vantagens destes automóveis reside, precisamente, no facto de terem um carregador embarcado, sendo ideal para utilizar o motor elétrico e a bateria em trajetos diários e citadinos. Contudo, e de acordo com dados europeus, o trajeto médio diário que realiza um condutor europeu não excede, no melhor dos casos, os 55 km. Autonomia que, 90% dos PHEV comercializados atualmente é capaz de alcançar e, em alguns casos concretos, até duplicar, como os Mercedes-Benz ou o novo Range Rover.
Para além disso, como dispõem de baterias mais pequenas, os tempos de carregamentos são fáceis de alcançar numa tomada doméstica, pois a maioria dos modelos conta com o tal carregador embarcado de 3,6 kW, o que se traduz numa carga completa durante a noite, entre 6 a 8 horas.

Menos eletricidade, mais consumo

Mas, como dizíamos no início desta notícias, o relatório do ICCT, garante que a maioria dos proprietários de veículos PHEV esquece-se de utilizar a parte elétrica do seu automóvel, confiando mais na parte da combustão. O mesmo estudo mostra que a utilização do motor elétrico está entre 26 e 56% abaixo daquilo que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) declara quando faz a homologação da eficiência de um veículo. Como consequência direta está o facto do gasto de combustível em condução real sobre entre 42 e 67%, repercutindo-se negativamente nas emissões de CO2, que também aumentam.
A tudo isto soma-se o desgaste da parte elétrica, pois como nos confirmaram vários construtores que, se um utilizador não carrega o seu veículo pelo menos um vez por ano, pode arriscar-se a perder a garantia do mesmo. O próprio Conselho sugere que se poderia exigir aos construtores que informasse acerca dos dados dos seus veículos em situação de utilização real ou então que se estabelecessem limites relativos ao peso e à potência do veículo ou até que se bonificasse os utilizadores que possuam um ponto de carregamento doméstico com preços mais baratos para efetuarem a carga.

 

Ricardo Carvalho

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