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Se é amante de carros, certamente já pensou na sua lista dos carros que mais marcaram o mundo. Pois, eu decidi colocar a minha em papel e partilho-a com todos vocês.

De clássicos imortais a obras primas dos dias mais modernos, ficam aqui aqueles que, para mim, se destacam como os automóveis que mais marcaram o mundo.

Jaguar E-Type
Se é amante de carros, certamente que o Jaguar E-Type é um daqueles espécimes dos quais já passou horas e horas a admirar. Imaginado e desenhado por Malcom Sayer, o E-Type marcou uma era do design de uma forma sem precedente até então. De tal forma que o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque incluiu um E-Type Roadster à sua coleção permanente.
Na sua primeira versão, o E-Type equipa-se de um motor de seis cilindros em linha com 3,8 litros, mas quem é que se preocupa com a mecânica quando a vestimenta que a envolve é tão especial? É que se há um automóvel capaz de fazer a grande maioria das pessoas parar e admirar, é este. O escape duplo em posição central, os pormenores cromados e o capô que ocupa dois ou três códigos postais, fazem parte da receita perfeita para um automóvel que viveu (e talvez ainda viva) colado na parede do quarto de muitos nós.

Lamborghini Miura
Fabricado entre 1966 e 1973, imediatamente se tornou o símbolo de excentricidade, estilo em exagero e branqueamentos dentários, mas tudo isto foi contra a visão de Ferruccio Lamborghini, que não gostava nada da palermice da Ferrari em fazer pseudo carros de corrida para Playboys. Talvez por isso o design do Miura, pincelado por Marcello Gandini, tenha sido feito à noite, ou então por já se saber que seria aí que passaria grande parte do seu tempo.
Mas, no salão de Turim, em 1965, Ferruccio foi forçado a admitir que estava errado, já que o mundo ficou simplesmente boquiaberto com a montagem do bloco V12 de 3,9 litros numa posição central, quase como agarrado às costas do condutor. Ninguém o sabia até então, mas o mundo via o nascimento daquilo que chamamos nos dias de hoje um supercarro. Não é por acaso que o seu nome vem de um criador de touros bravos.

Ford Model T
Falar do Model T é quase como falar do momento em que o Ser Humano evoluiu, saiu da água e começou a caminhar a passos largos para aquilo que somos hoje. É que se há automóvel que acelerou todo o processo de tornar a mobilidade (na altura apenas disponível para os mais abastados) acessível a todos, foi este.
Carinhosamente apelidado de “Tin Lizzie”, em 1913 o número de vendas do Model T era maior do que a produção combinada de todos os fabricantes de automóveis do mundo, graças à linha de montagem móvel da Ford. Isto significa então que o Model T teve o maior dos sucessos no seu principal objetivo: democratizar o automóvel.

Volkswagen Beetle
É talvez um dos automóveis mais importantes da nossa história, um pouco à semelhança do Model T, mas em contextos um pouco diferentes. Ignorando o facto de quem deu a ordem a Ferdinand Porsche, no final dos anos 30, para criar um automóvel que servisse especificamente para as necessidades do povo, o VW Beetle acabou por se tornar um dos carros mais reconhecidos da história.
Internamente conhecido como Volkswagen Type 1, o Beetle foi um dos primeiros carros com motor traseiro, refrigerado a ar e tração traseira produzidos em massa no mercado, sendo o “carro do povo” desenhado para ser acessível e barato de manter e operar. E afinal de contas, quem não reconhece imediatamente o Beetle número 53?

Porsche 911
À primeira vista, as semelhanças com o Beetle não são difíceis de reconhecer, não a nível histórico, claro, mas a nível estético. Ainda assim, o Porsche 911 arrebatou o mundo e tornou-se um dos automóveis desportivos mais famosos do planeta, mas não se pense que a clássica insígnia “911” foi planeada. Não foi e tudo isso se deve à Peugeot, que havia registados todos os números de três dígitos com um 0 no meio, uma vez que a Porsche queria apelidá-lo de 901.
O resto é história e a essência do 911 pouco mudou. Motor atrás, faróis bem redondos à frente e um pedaço de carne sorridente no meio. Com centenas de iterações ao longo dos anos, o argumento continua até hoje de que um motor montado na parte de trás do carro não deveria funcionar, mas funciona. E a verdade é que quando se pensa na Porsche, o resultado é apenas um: 911.

Ferrari F40
Como não poderia deixar de ser, esta lista não estaria completa sem a presença de um Ferrari e qual mais icónico do que o F40? Não fosse este o último Ferrari a ser aprovado pessoalmente pelo próprio Enzo Ferrari. Desenhado por pela Pininfarina, o F40 foi concebido para rivalizar o Porsche 959 no FIA Championship, numa altura em que controlos de tração e ABS eram considerados demasiado seguros.
O F40 coloca um visto em tudo o que um supercarro deve fazer. É impressionante de se ver e, embora tenha os seus muito óbvios problemas, apresenta aquele ar de estrela de cinema, um rugido gutural do V8 e, no seu tempo, tinha um rival bem à sua altura, já que competia com o Countach como o poster de eleição para os rapazes sonhadores dos anos 80 e 90.

Lamborghini Countach
Se o F40 aparece nesta lista, o Lamborghini Countach tem de aparecer bem ao seu lado, já que, com tamanha “rivalidade”, é quase difícil de os separar. Nascido e criado em Itália, e produzido com um orçamento bem baixinho – tanto que parte dos materiais usados deve ser o mesmo que tem no tampo da sanita – o Countach é mais um exemplar de um carro de poster que deixou muita juventude de queixo nos joelhos.
Produzido entre 1974 e 1990, o Countach conta com um bloco V12 atmosférico que produz um ronco capaz de criar tremores de terra. Tal como o F40, há pouco que não identifiquemos como material de supercarro, começando pela ausência de conforto e acabando na impossibilidade de ver qualquer coisa que se situe na traseira do carro. Mas sem problema, já que naquela altura haveria pouco que pudesse deixar este ícone para trás.

Bugatti Veyron
Claro que o Bugatti Veyron tinha de fazer parte desta lista. Como não? É que não sei como reagiram quando o Veyron foi apresentado, mas partes em mim começaram simplesmente a fervilhar. Não pelo seu aspeto quase alienígena, mas por ter percebido que “when there’s a will, there’s a way” (quando existe vontade, existe uma forma). Imagino que quando os patrões da VW se viraram para os engenheiros e disseram que queriam um carro com 1.000 cavalos, a reação deve ter sido uma cadeia de gargalhadas. Muita vontade (e rios de dinheiro) depois, quem é que se está a rir?
No centro de toda esta engenharia está um motor W16 de 8,0 litros com quatro turbos acoplados e uns estonteantes dez radiadores para colocar todo o calor produzido em cheque. O sprint dos 0 aos 100 km/h fica resolvido em menos de 2,5 segundos e a velocidade máxima fica para lá dos 408 km/h, mas o mais impressionante é mesmo o facto de, em velocidade de ponta, o depósito de combustível drenar em 13 minutos. Para lá de fantástico.

Chevrolet Corvette
Comecemos pelo facto que mais interessa: Neil Armstrong tinha um e o Justin Bieber não. Aliás, é facto que a grande maioria dos astronautas da NASA dos anos 60 e 70 tinham um, mas antes que pensem que eram todos oferecidos, isso era algo que a NASA não deixava acontecer. Então os astronautas pagavam, e bem! Exatamente a módica quantia de um dólar.
E na verdade, quem nunca sonhou em apanhar-se com um destes, mandar a capota para baixo e percorrer a Route 66 de ponta a ponta, apenas a apreciar a vista e o incrível punhado de roncos disparados pelo motor? Eu já!

Aston Martin DB5
A primeira palavra que me vem à cabeça quando penso no Aston Martin DB5 é “classe”. Pura classe e elegância, como demonstrado pelo imortal Sean Connery, e isso são insígnias que poucos automóveis podem usar. Como tal, raridade é coisa que não lhe falta, já que foi produzido num número bastante reduzido entre 1963 e 1965.
E o facto é que é simplesmente de deixar os cabelos em pé, de tão bonito que se apresenta. A madeira, os cromados, o cabedal e a sua sensualidade inerente, tornaram o DB5 num dos automóveis mais procurados e mais reconhecidos a nível mundial.

Por: Nuno Freitas Faria

 

Ricardo Carvalho

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