Não é só o corte estético que salta de imediato à vista, mas também as múltiplas inovações de última geração que traz consigo. O novo Tucson rompe a maioria das ligações com o antecessor e apresenta-se como um SUV médio tão competente como apetecível, mais ainda na versão híbrida.
Não se assuste: os 42.850 € que custa o carro destas páginas (valor antes da campanha de desconto da marca; ver ficha técnica) podem ser um entrave imediato quando se olha para o novo Hyundai Tucson. Esta até nem deverá ser a versão mais vendida do novo SUV coreano, até porque a grande aposta será nas versões equipadas com motorização híbrida gasolina/eletricidade ou híbrida gasóleo/eletricidade que arrancam com preços um tudo ou nada mais competitivos, como provam os 33.200 € da versão de entrada de gama.
Feita esta explicação, voltamos ao híbrido deste trabalho. É a primeira vez que a marca coreana opta por uma motorização deste tipo para o Tucson, até porque tratando-se de um modelo totalmente novo teria de ser mais ambicioso e alinhado com os tempos modernos. Falamos-lhe de um híbrido puro, sem ser PHEV. Entre os seus concorrentes há um que se destaca: o Toyota RAV4 híbrido, o rival a bater. Também podemos considerar o Ford Kuga Hybrid. Face a estes, o nosso protagonista tem um “plus” de potência e de resposta graças à sua motorização a gasolina com turbo mais potente.
Quase um plug-in
Mais do que o arranque ou até a aceleração, que são brilhantes mesmo com o carro carregado, surpreende a sua capacidade para rolar em modo elétrico. O motor a gasolina turbo de 1.6 litros surge auxiliado uma unidade de síncrono de ímanes permanentes, de 60 CV, alimentada por uma bateria de iões de lítio de 1,49 kWh e posicionada debaixo da segunda fila de bancos. Neste caso, permite “tocar” os 80/100 km/h de forma constante sem gastar uma gota de gasolina. Arranca sempre em modo elétrico e consegue manter-se neste modo se rolarmos a baixa velocidade. A verdade é que parece mais um híbrido plug-in do que um híbrido “normal”, o que só abona a seu favor.
Ora, este discurso remete-nos para os consumos. A Hyundai anuncia uma média inferior a 7 l/100 km, registo que é possível alcançar com um condução contida. Se, pelo contrário, acelerar com alegria facilmente chega aos 9 litros, que nem é assim tão mau valor para um SUV que pesa quase 1.700 kg. Contudo, continuamos a ver o Diesel como a melhor alternativa para modelos como este. Também por isso, esta inédita gama Tucson propõe opções a gasóleo com hibridação ligeira de 48 V.
Atualmente, com “este” combustível demonizado pelos vários governos e pensando a médio/longo prazo, para vendê-lo em segunda mão, o híbrido pode ser melhor compra. Até é automático com caixa de dupla embraiagem de seis velocidades e seletor por botões como acontece no irmão mais pequeno Kauai EV.
Dupla opção
O novo Tucson é proposto em Portugal apenas com tração dianteira, embora a Hyundai disponibilize em outros mercados opções com tração integral 4×4. Na “nossa” unidade há modos de condução Eco, Comfort e Sport (o 4×4 tem ainda outros mais específicos), mas com poucas diferenças entre os três. O modo Eco, mais austero, privilegia uma condução ecológica e económica enquanto o modo Sport adota uma postura mais dinâmica. O próprio painel de instrumentos digital assume distintas cores e grafismos à medida que vamos mudando os modos de condução.
Confortável e ideal para uma utilização familiar, o Tucson, apesar dos 230 CV de potência total, prefere ritmos mais relaxados e suaves do que propriamente grandes atrevimentos com o pedal do lado direito. É verdade que também sabe andar depressa e que a resposta às solicitações do acelerador é célere e progressiva, no entanto, o segredo está em conseguir uma condução que consiga o compromisso certo entre os dois motores de forma a potenciar os consumos.
Por outro lado, e para se tornar uma referência, junta todo o tipo de gadgets: desde o referido painel de instrumentos digital ao sistema multimédia com Bluelink ou à assistência à condução de primeiro nível… Tudo isto acaba por explicar até certo ponto o preço de uma versão cuja lista de equipamento é bastante completa e que relega para a lista de opcionais apenas a pintura metalizada.
Texto Eduardo Cano
Fotos Paulo Calisto
CONCLUSÃO
Não podia ser de outra forma: um dos principais modelos da Hyundai que é comercializado em meio mundo teria de ter uma nova geração que colocasse a fasquia elevada, começando pela eletrificação mecânica e terminando na digitalização. Dito e feito. Junta ainda um design que rompe por completo com a anterior geração e uma qualidade e robustez assinaláveis.
FICHA TÉCNICA
HYUNDAI TUCSON HEV 1.6 T-GDI AT VANGUARD
TIPO DE MOTOR | Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo |
CILINDRADA | 1.598 cm3 |
POTENCIA | 180 CV às 5.500 rpm |
BINÁRIO MÁXIMO | 265 Nm entre as 1.500 e as 4.500 rpm |
TRANSMISSÃO | Dianteira, caixa auto. 6 vel. (dupla embraiagem) |
POTÊNCIA TOTAL | 230 CV |
BINÁRIO CONJUNTO | 350 Nm |
V. MÁXIMA | 193 km/h |
ACELERAÇÃO | 8,0 s (0 a 100 km/h) |
CONSUMO (WLTP) | 5,6 l/100 km (misto) |
EMISSÕES CO2 (WLTP) | 127 g/km |
DIMENSÕES (C/L/A) | 4.500 / 1.865 / 1.650 mm |
PNEUS | 235/50 R19 |
PESO | 1.564 kg |
BAGAGEIRA | 616-1.795 l |
PREÇO | 42.850 € (39.850 € c/ campanha) |
GAMA DESDE | 33.200 € |
I.CIRCULAÇÃO (IUC) | 137,14 € |
LANÇAMENTO | Janeiro de 2021 |