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O SEAT 1500 era a grande berlina de representação em Espanha em desenvolvimento nos anos 60. Já o SEAT 132 costumava ser o segundo veículo mais valioso fabricado em Espanha e o SEAT Exeo a berlina média com a melhor relação qualidade preço.


Nos primeiros tempos da SEAT, após o 1400, os escassos conhecedores de automóveis da época compreenderam perfeitamente quais eram as viaturas que o SEAT 1500 tentava replicar quando apareceu em 1963: cantos angulares e proeminentes na sua carroçaria, acabamentos cromados bem cuidados, pneus diagonais cm faixa branca no flanco… Hoje, por outro lado, a carroçaria continua a seguir o formato de um atraente SUV como o oferecido pelo SEAT Tarraco desde 2018.

SEAT 1500: espaçoso, confortável, robusto e exuberante
Com o melhor tamanho e preço do que os veículos americanos da época, o 1500 adotou todo o luxo e recursos com que qualquer pessoa sonhava ter num carro. A imprensa da época considerou-o um “chauffeur-driven car”, digno de políticos, dirigentes de empresa e pessoas abastadas. Naturalmente, o SEAT 1500 também era direcionado para famílias numerosas, numa altura em que ter seis lugares (o banco da frente permitia três passageiros) não impedia uma ocupação maior. Espaçoso, confortável e com uma grande capacidade de bagageira, não é de estranhar que também fosse um dos modelos preferidos dos taxistas e de todo o tipo de serviços oficiais.

O seu fiável motor de 1.481 cm3 (logo a denominação 1500), produzia 72 CV a 5,200 rpm, que moviam os 1.200 kilos que o 1500 pesava. Na altura, os seus 50CV/litro foi aclamado pela imprensa. Em comparação, hoje, o Tarraco turbo-carregado de 1.5 TSI oferece 150 cv (100 cv/litro) a partir de 5.000 rpm e o seu binário máximo duplica o do 1500 que já oferecia 1.500 rpm, em comparação com as 3.300 rpm do pioneiro.

O SEAT 1500 tinha uma caixa de transmissão de quatro velocidades, todas sincronizadas, com a alavanca de transmissão colocada ao lado da coluna de direção. O SEAT 1500 atingia 120 km/h através apenas da abertura de um dos seus carburadores, permitindo assim que viajasse com um consumo moderado. Para além disso, o depósito de combustível de 60 litros oferecia um alcance suficiente para viagens mais longas.

Tinha imensos detalhes de conforto que na época despertaram a atenção; tais como o defletor de vento, guarda-sol lateralmente ajustável, espelho na pala do passageiro, porta luvas trancável, luzes de leitura para os passageiros traseiros, apoio para braço central nos bancos da frente, entre outros.

Havia também elementos que despertariam atenção nos dias de hoje, tais como o motor medidor de pressão do óleo do motor, o limpa para-brisas que o condutor pode ativar ao carregar no botão com o pé, ou o conta-quilómetros que faz lembrar um termómetro de mercúrio.

A segurança sempre foi uma premissa fundamental da SEAT. Assim, os travões do 1500 incluíam quatro discos e um potente servofreio. A iluminação foi aclamada pela imprensa automóvel como excelente, em relação à versão original de um único farol, antes de uma profunda reforma em 1969 que deu origem ao modelo de dois faróis.
Nesse mesmo ano, a SEAT começou a oferecer a sua primeira gama Diesel, um motor suave de 1,8 litros de fiabilidade comprovada. Esta substituição implicou o rebatizamento da versão para SEAT 1800 Diesel. Tal como a publicidade da época dizia “este vehículo le hará millonario en kilómetros” (“este veículo fará de si milionário em quilómetros”). Dois anos mais tarde, em 1971, foi criado o SEAT 2000 Diesel, com 55 CV com um motor de dois litros.

Esta sequência de tempo mostra que o 1500 desfrutou de uma evolução contínua de engenharia. De um dínamo de 400 watts, mudou para um alternador em 1967, momento em que também recebeu 5 pernes de jantes em vez de 4. Em 1968, com um bífero, a compreensão do motor foi aumentada para 9:1 e os coletores de escape em ferro fundido foram mudados para aço – uma saída praticamente reta que hoje diríamos “inspirada pela competição”.
Um relógio, ar condicionado e um limpa para-brisa de duas velocidades nunca foram adotados. Estas limitações foram alvo de crítica por parte da imprensa quando, em meados de 1972, a produção do SEAT 1500 foi interrompida. A partir de abril de 1973, o SEAT 132 seria o encarregado de resolver esses inconvenientes

SEAT 132: uma revolução discreta
Mais pequeno, mais leve, muito mais aerodinâmico: o SEAT 132 representou um avançando substancial em relação ao SEAT 1500 e foi adaptado às necessidades da época. Dos 130 km/h do 1500, o 132 permitia uma velocidade de até 170 km/h com um motor de 1,8 litros e 160 km/h com o de 1.600 (nesta gama, a caixa de 5º velocidade era uma opção).

Ambas eram motoros modernos a gasolina. Destacou-se a presença de uma dupla árvores de cames, como nos carros desportivos de prestígio. Esta característica exigia uma produção cuidadosa e era mais cara de produzir, embora a imprensa na altura já tivesse adivinhado que tal solução se tornaria generalizada no futuro, e assim foi.
Ambos os motores adotaram uma correia de distribuição, que foi vista como uma solução de ponta para tornar o motor muito mais silencioso, embora precisasse ser substituída a cada 40.000 ou 50.000 quilómetros.

O SEAT 132 continuou com o layout clássico de um motor dianteiro longitudinal e tração traseira. O eixo traseiro dinâmico removeu a barra Panhard enquanto o 132 recebeu uma suspensão traseira totalmente nova, dando uma orientação mais eficaz. Além disso, os pneus já eram radiais, o que foi um grande avanço em comportamento e segurança.

O 132 tinha farol duplo, limpa para-brisas em cor preto mate para evitar reflexos, era equipado com espelho lateral e encosto de cabeça dianteiro de série. Os encostos de cabeça, aliás, proporcionaram debates intensos sobre se induziam ao sono e se prejudicavam a segurança.

O conforto estava bastante presente no 132. Para começar, a imprensa da época destacou que os bancos do SEAT 132 eram ainda mais confortáveis do que os do 1500. Eram mais largos, os estofos eram feitos de um tecido grosso que parecia veludo. A suspensão não usava barras estabilizadoras para evitar alterar as virtudes de um projeto de suspensão que tornava o 132 muito confortável.

Na parte traseira, havia espaço para três pessoas, com bastante espaço para as pernas e um apoio de braço central foi incluído (obviamente, com luzes de leitura, pegas no teto, e também apoios para os braços nas portas). O equipamento era rico, mas de aparência sóbria, sem preciosismos, exceto a presença de madeira de nogueira no tablier.
O 132 era bastante elegante por fora, com maçanetas de porta resplendedores e um design de jantes sem tampões, o que lhe valeu criticas por não ter escudos protetores adicionais nos para-choques, apenas uma fita de borracha. A sua versão a Diesel 2200, de 1978, foi o segundo carro mais valioso do mercado nacional (foi também o Diesel Espanhol com o melhor desempenho).

SEAT Exeo: um golpe de ingenuidade
A SEAT abandonou o segmento D ou médio-alto em 1980, quando a produção do 132 terminou. Em 2008, foi decidido que havia uma oportunidade ideal de retorno. Um layout com um motor longitudinal seria repetido, mas desta vez a gama de motores e transmissões disponíveis era muito mais ampla. Três motores a gasolina foram selecionados, oferecendo 102, 150 e 200 CV, mais três motores a diesel 2.0 TDI de 120, 143 e 170 CV.

O SEAT Exeo tinha uma estrutura robusta, recursos avançados de segurança e um chassis com uma suspensão traseira multi-link eficaz. Os engenheiros do Centro Técnico da SEAT desenvolveram uma configuração específica para obter um caráter confortável e uma condução precisa, em linha como seu funcionamento suave e comportamento confiável.

Tinha excelentes atributos com um preço acessível. Por exemplo, em termos de segurança, o Exeo incorporou um airbag de joelho para o condutor. Também cuidava do conforto graças a um teto solar. Ao estacionar ao sol a eletricidade que era gerada pelo teto solar acionava o sistema de ventilação, arrefecendo o interior, logo, era necessária uma menor ação do ar condicionado para atingir uma temperatura confortável. Isto tudo, sem gastar energia da bateria.

O percurso de vida do Exeo foi intensa. Em 2009, foi lançada a carroçaria familiar, denominada Exeo ST, um acrónimo para SportsTourer. A partir desse momento, estas duas letras começaram a acompanhar as versões Ibiza e Leon. Em 2010, a gama de motores foi expandida, com duas variantes 1.8 TSI (120 e 160CV) substituindo o 1.8T por cinco válvulas por cilindro; e o 2.0 TFSI trouxe potência para 211 cavalos.

Em 2011, foi apresentado o restyling do SEAT Exeo, com novos faróis contendo uma faixa de LED, uma nova grelha e novos designs de jantes. Em 2012, uma variante Ecomotive alcançou um consumo de combustível de apenas 4,5l/100 km.

SEAT Tarraco: Da berlina para o SUV
Desde o primeiro momento que o sucesso do compacto Ateca confirmou que os clientes procuram veículos espaçosos, com uma boa capacidade de bagageira, com equipamentos de conforto e com o mais alto nível de segurança. Assim, nasceu o Tarraco.

O SEAT Tarraco é um grande SUV com todos os atributos que um cliente procura em 2020, tem todo o encanto que o torna um produto a referência da sua gama. Claro, apresenta o design dinâmico e emocional da SEAT, com jantes de até 20 polegadas, tem um interior espaçoso para cinco ou sete lugares, mas com um peso reduzido (1.599kg para a versão a gasolina de cinco lugares).

Emocionante para conduzir, com motores a gasolina a partir de um 1.5 TSI de 150 cv de potência até um 2.0 TSI de 190 cv ou diesel 2.0 TDI de 150 ou 200 cv. Com a possibilidade de escolher entre transmissões com alteração manual ou DSG de sete mudanças, com tração dianteira ou total 4Drive.

Existe também o modelo desportivo recém lançado Tarraco FR. Um carro com interior espetacular, digitalizado e conectado, com um grande nível de equipamento. Com iluminação Full LED para mostrar o que já diziam sobre o 1500 na década de 60: “Excellent lights, as usual in this brand” (“Excelentes luzes, como é costume nesta marca”). Luz para guiar o caminho, também, para o resto dos modelos da gama.

Ricardo Carvalho

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