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O segmento dos compactos Premium anima-se com a chegada da nova geração do Série 1, que introduz um novo paradigma de tração dianteira, rompendo com o passado. Assente em motor turbodiesel de baixa cilindrada, o 116d demonstra sólida evolução… ou será revolução?

Mudança radical na gama compacta da BMW: o Série 1 muda a sua filosofia e adota plataforma de tração dianteira (e integral xDrive), cortando assim com as gerações anteriores. Os puristas poderão ‘torcer o nariz’, mas acaba por ser uma adaptação aos novos tempos de economias de escala, com a marca bávara a aproveitar plataforma UKL já utilizada noutros modelos BMW e também da MINI.

O que não mudou em demasia foi o formato característico do Série 1. Embora pareça ostentar um visual muito mais avantajado, a fita métrica contradiz essa ideia: está 1 cm mais curto em comprimento (4.319 mm) e a distância entre eixos é 2 cm mais curta (2.670 mm), crescendo todavia em altura (mais 1,3 cm para 1.434 mm) e em largura (3,4 cm para 1.434 mm).

Com estes predicados, a BMW procurou incrementar a habitabilidade, sobretudo nos lugares posteriores, que acomodam, sem problemas de maior, dois adultos com altura até 1,80 m e com espaço para as pernas. Já a largura ao nível dos ombros está na média do segmento: três ocupantes atrás só em viagens mais curtas. Note-se ainda que o ‘recorte’ das portas traseiras não ajuda à entrada e saída desses lugares. De igual modo, a bagageira regista um aumento de 20 litros, para um total de 380 litros, e bocal amplo.

Bom posto de condução
A exemplo do que é comum nos modelos da marca bávara, a posição de condução é bastante boa, permitindo fácil acesso a todos os comandos e ótima visualização do novo painel de instrumentos (digital com ecrã de 10.25” neste caso, um opcional do BMW Live Cockpit Professional, que também inclui o ecrã tátil central de 10.25”).

Há ainda local para arrumar o smartphone (com carregamento por indução) e, no túnel central, teclas para os modos de condução, ignição e comando rotativo do sistema multimédia, o qual também pode ser acionado por voz. Bastante evoluído e com diferentes funcionalidades (incluindo comando vocal ‘hey BMW’ para controlo de algumas funções), o sistema da BMW fica entre os melhores do segmento, mesmo que o MBUX da rival Mercedes-Benz nos pareça ligeiramente mais intuitivo.

Registo ainda para a elevada sensação de qualidade a bordo, com o tablier revestido por material suave ao tato na sua parte superior, o mesmo sucedendo nas portas, embora existam também plásticos mais duros na zona inferior, mas nada que faça dano na apreciação de um modelo com ótimos níveis de robustez.

Chassis competente; motor eficaz
Falando em robustez, importa referir a sensação sólida e composta com que o novo Série 1 se lança na estrada, ora filtrando bem as irregularidades do piso mais estragado – não obstante a suspensão desportiva M opcional que torna o amortecimento mais firme apenas pontualmente retirando conforto –, ora agarrando-se com notável segurança na descrição de curvas.

Para esta eficácia contribui o novo sistema ARB, derivado do elétrico i3, que transfere o controlo de tração para a ‘central’ eletrónica do motor, separando-o do controlo de estabilidade (DSC), o que permite acelerar a transmissão da informação entre a roda e o motor, limitando assim as perdas de motricidade. Esse sistema ‘joga’ em conjunto com o BMW Performance Control, que trava ligeiramente as rodas interiores para facilitar a descrição das curvas e eliminar a subviragem. Em suma, o novo Série 1 continua a ser divertido a curvar, mercê de combinação preciosa de suspensão evoluída com direção precisa e informativa.

Se o comportamento não desilude, o motor 1.5 de acesso ao mundo Diesel (116d) cumpre a sua missão, satisfazendo plenamente pela elasticidade e energia desde regimes muito baixos, mesmo não sendo um ‘sprinter’. Este bloco turbodiesel de três cilindros debita 116 CV e 270 Nm de binário, dando azo a performances já muito interessantes, tirando partido, obviamente, da boa gestão do binário por parte da caixa automática Steptronic de sete velocidades, que é suave e bastante rápida nas transições.

Essa sensação é reforçada no modo ‘Sport’ de condução, que lhe confere um pouco mais de desportividade ao alterar parâmetros como a entrega da potência ou a assistência da direção. No modo oposto, o ‘Eco’, prioridade à eficiência, ajudando na obtenção de consumo médio de 5,7 l/100 km. Além disso, a arquitetura tricilíndrica passa despercebida, apenas dando sinal para os ocupantes nos momentos de arranque após situação de ‘start-stop’.

A BMW propõe o 116d a partir de 30.500 €, ou, em versão automática, de 32.522 €, devendo-se somar os diversos opcionais (ver lista) que acrescentam valor e justificam o incremento no preço da unidade ensaiada para 42.144 €.

Texto Miguel Silva
Fotos Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA
BMW 116D STEPTRONIC
TIPO DE MOTOR Diesel, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.496 cm3
POTÊNCIA 116 CV entre as 2.250 e as 4.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 270 Nm entre as 1.750 e as 4.000 rpm
TRANSMISSÃO Automática, 7 velocidades
V. MÁXIMA 200 km/h
ACELERAÇÃO 10,1 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 4,6-5,4 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 120-141 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.319 / 1.799 / 1.434 mm
PNEUS 205/55 R16
PESO 1.460 kg
BAGAGEIRA 380-1.200 l
PREÇO 32.522 €
GAMA DESDE 30.500 €
I. CIRCULAÇÃO (IUC) 146,79 €
LANÇAMENTO Novembro de 2019

EQUIPAMENTO
SÉRIE
Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina (dianteiros e traseiros); ISOFIX; controlos de estabilidade e tração; controlo de travagem em curva; alerta de colisão frontal; travagem automática de emergência com deteção de peões e ciclistas; deteção de fadiga do condutor; alerta de saída de faixa; assistente de manutenção na via; hill-holder; reconhecimento de sinais de trânsito; Performance Control; modos de condução Comfort, ECO PRO e Sport; vidros elétricos; retrovisores elétricos aquecidos e retráteis; sensores de chuva e luz; ar condicionado; luzes diurnas LED; travão de parque elétrico; estofos em tecido; banco do condutor com regulação em altura; volante multifunções em pele ajustável em altura e alcance; chamada de emergência e-call; painel de instrumentos com ecrã de 5,1″; sistema de infoentretenimento com ecrã tátil de 8,8”, duas entradas USB e Bluetooth; e jantes de liga leve de 16 polegadas.

OPCIONAIS
Pintura metalizada ‘Storm Bay’ (1.250 €); retrovisor interior com função automática anti encandeamento (180 €); conectividade com aparelhos móveis, Bluetooth e USB com carregamento wireless e Hotspot WiFi (410 €); BMW Live Cockpit Professional (2.060 €); serviços digitais Professional (210 €); alarme (210 €); suspensão desportiva M (365 €); versão Line Sport – inclui volante desportivo em pele, jantes de liga leve 235/35 R17, bancos dianteiros desportivos, frisos interiores iluminados, cruise control com função de travagem, pack de luzes, luzes de nevoeiro em LED e faróis em LED, (3.700 €); assistente de estacionamento (310 €).

Ricardo Carvalho

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