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SUV, berlina, coupé… Da fusão de todos estes formatos, a Audi desenvolveu o seu modelo mais portentoso, o Q8, um automóvel cativante pelo design e carga tecnológica. Primeiro teste à versão Diesel 50 TDI com 286 CV.


É o número referência da Audi, com o qual a marca dos quatro anéis define o R8, o seu exclusivo superdesportivo de dois lugares com motor central, mas também a grande berlina de representação, o sofisticado A8. Agora, passa também a nomear o inédito Q8, o SUV mais espetacular e vanguardista do construtor, sem contabilizar o elétrico e futurista e-tron, que será lançado em 2019.
A plataforma deste modelo é exatamente a mesma do irmão Q7 (do Porsche Cayenne, do novo VW Touareg, do Lamborghini Urus e do Bentley Bentayga) o que pressupõe poder contar com suspensão pneumática (incluída no pacote desportivo S-Line), direção às quatro rodas (1.370 €) e ainda tração integral quattro, que divide inicialmente o binário em 40/60% entre os dois eixos, mas pode “subir” até aos 70% para a frente ou 85% para trás. A eletrónica faz o mesmo entre as rodas do mesmo eixo.

Sobre carris

Com esta base de apoio e umas musculadas jantes de 21 polegadas (integradas no pacote S Line) e pneus “gigantes”, o Q8 é um automóvel quase obrigado a ser diferente pela sua qualidade de rolamento e eficácia dinâmica. E se o tato geral é soberbo e a sensação de robustez e suavidade elevadas, este Audi é confortável e seguro, sobretudo versátil sempre que digere todo o tipo de asfalto, superfícies diferentes e percursos mais intrincados com uma facilidade incrível. A tudo isto não é alheia a suspensão adaptativa com regulação da altura ao solo de forma automática ou por ação do condutor. Para além de variar a altura em 90 mm (entre extremos), oferece diferentes níveis de resposta em função dos vários modos de condução: efficiency, confort, auto, dynamic, allroad e offroad. Existe ainda um sétimo modo configurável (individual).

A sensação de estabilidade e de aprumo a alta velocidade é inquestionável perante imprevistos. De igual modo, em traçados onde parece que o Q8 não cabe na faixa de rodagem, conduz-se com uma naturalidade imprópria para as suas dimensões (mede praticamente 5 metros) e peso (2.220 kg), um fator a que não é alheio o eixo traseiro direcional (roda até 5º no mesmo sentido das rodas da frente e ao contrário destas até 1,5º para estabilizar o conjunto a alta velocidade), que lhe proporciona passagens em curva muito lineares. Em cidade é fácil de conduzir e a travar sente-se igualmente sólido.

Tecnologicamente apto

Aos comandos, também cativa pelo design e quantidade de tecnologia. O tablier segue a linha dos irmãos A8/A7 e A6, onde desaparecem praticamente a totalidade dos comandos físicos, sendo substituídos por dois enormes ecrãs digitais e táteis. Conta ainda com o cada vez mais padronizado painel de instrumentos digital (Audi Virtual Cockpit) com o qual este Q8 reforça anda mais o aspeto futurista e a enorme qualidade, bem patente no habitáculo. De referir que os dois ecrãs exigem alguma atenção quando conduzimos, pois é preciso pressionar o ponto de contacto até se ouvir um “click” no dedo. Tudo à nossa volta tem um aspeto robusto, com materiais de elevada qualidade, excelentes acabamentos e detalhes muito requintados.
A mala tem 605 litros, valor que pode ser gerido internamente, pois os bancos traseiros são reguláveis, ação que permite ter mais ou menos espaço na bagageira.

Super Diesel

Perante este cenário de sonho… só falta mesmo falar no motor (o único disponível para já). Trata-se do 3.0 TDI V6 com 286 CV que em nada destoa daquilo que já escrevemos sobre este Q8. Conta com uma “rede” elétrica paralela de 48V associada a uma bateria de lítio com a qual opera um alternador reversível que disponibiliza uma potência extra de 16 CV e permite ampliar as funcionalidades do sistema “stop-start”. Por exemplo, no caso da caixa automática Tiptronic se desacoplar nas fases de desaceleração para rolar à vela, o propulsor pode desligar-se durante 40 segundos entre os 55 e os 160 km/h. Pode, ainda, antecipar o desligar do 3.0 TDI a partir dos 22 km/h antes de parar por completo num semáforo. Outro gadget é o acelerador háptico, que transmite uma leve vibração ao pé quando deteta que nos aproximamos de um local para o qual já devíamos ter deixado de acelerar.
Regressando ao motor, a sua capacidade de aceleração é imensa, mas a caixa de velocidades Tiptronic de 8 velocidades consegue manter o regime de rotação num nível muito baixo, perto das 1.500 rpm. A 50 km/h rolamos em 5ª e a 140 km/h em 8ª, ou seja, o resultado é harmonioso do ponto de vista da utilização e dos consumos…
Os preços arrancam nos 111.000 euros, mas facilmente chegamos perto dos 150 mil com alguns opcionais “quase” obrigatórios. A qualidade paga-se…

Texto Ricardo Carvalho Fotos Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA
AUDI Q8 50 3.0 V6 TDI QUATTRO TIPTRONIC

TIPO DE MOTOR Diesel, 6 cilindros em V, turbo
CILINDRADA 2.967 cm3
POTÊNCIA 286 CV entre as 3.500 e as 4.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 600 Nm entre as 2.250 e as 3.250 rpm
V. MÁXIMA 245 km/h
ACELERAÇÃO 6,3 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO 6,6 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 172 g/km

DIMENSÕES (C/L/A) 4.986 / 1.995 / 1.705 mm
PNEUS 285/50 R21
PESO 2.220 kg
BAGAGEIRA 605 l
PREÇO 145.334 € (versão ensaiada)

GAMA DESDE 111.000 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 627,47 €
LANÇAMENTO Setembro de 2018

EQUIPAMENTO

SÉRIE

Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina (dianteiros e traseiros); controlos de estabilidade e de tração; chassis com amortecimento de comando eletrónico; suspensão com controlo de amortecimento; tração integral quattro com diferencial central autoblocante; aviso de saída de estrada; Audi pre sense City; ajuda ao arranque em subida Hold Assist; grupos óticos dianteiros e traseiros em LED; assistente de máximos; faróis de nevoeiro; câmara traseira; sistema de estacionamento plus; sensores de estacionamento à frente e atrás; sensores de luz e chuva; cruise control com limitador de velocidade; retrovisores elétricos aquecidos e rebatíveis; ar condicionado automático de 2 zonas; bagageira com abertura e fecho elétricos; estofos em couro/couro artificial; bancos dianteiros elétricos; Audi Virtual Cockpit; sistema multimédia com ecrã de 10,1’’, tecnologia MMI touch response, Bluetooth, entrada USB e navegação plus; e jantes de liga leve de 19 polegadas.

OPCIONAIS

Pintura metalizada (1.250 €); alarme (595 €); ar condicionado automático de 4 zonas (955 €); Audi pre sense atrás com Audi side assist (1.070 €); bancos dianteiros elétricos com memória (645 €); bancos traseiros rebatíveis plus (265 €); volante com regulação elétrica em altura e profundidade (480 €); eixo traseiro autodireccional (1.370 €); estofos em couro Valcona com bancos dianteiros desportivos e logótipo S line (1.370 €); Faróis HD Matrix LED (1.830 €); Head-up display (1.655 €); teto panorâmico em vidro elétrico (1.845 €).

Ricardo Carvalho

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