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Recordamos os Porsche Turbo que ajudaram a criar a lenda da marca.

Até há algum tempo, o termo Turbo era sinónimo de caráter e servia para provar que tinha sido colocado na carroçaria para que todos soubessem do que era capaz o veículo. Quando a Porsche decidiu dar o passo com o Porsche 911 (versão 930) manteve-se fiel à história, como sinónimo de força bruta.

A Porsche produziu 500 unidades daquele 930, as necessárias para poder competir na CanAm dos Estados Unidos. Desde então que os fãs da marca gostam de os ouvir e ver passar, mas apenas uns quantos os conseguem adquirir. Inicialmente foi desenvolvido um motor boxer de seis cilindros e três litros que desenvolvia 270 cv. Em 1997,a cilindrada aumentou para 3,3 litros e 300 cv, que se manteve até 1988 quando chegou o 992.
Assim evoluiu até à última versão que iria ser apresentada no Salão de Genebra, cancelado pelo Coronavirus, e que reivindicava 650 cv. Começamos por recordar os melhores Porsche Turbo da história.

Porsche 911 Turbo (930)

O começo de tudo. Introduzido no mercado como versão de estrada de um modelo destinado à competição, iniciou um caminho que muitos poucos poderiam suspeitar. O seu esquema mecânico contava com uma válvula de descarga de gases de escape, então só utilizada nos modelos de competição, e funcionava com uma pressão de 0,8 bares.

O motor desenvolvia 260 CV, embora o turbo só funcionasse a partir das 3500 rpm. Em 1977 chegou o seu sucessor com 300 cv, graças a um compressor maior e a um intercooler para o ar comprimido.

Ficha técnica:
Tipo de desenho: um turbocompressor
Cilindrada: 3.299 cm3
Pressão máxima de admissão: 0,8 bares
Potência: 300 CV
Binário máximo: 412-430 Nm

Porsche 959

Apresentado no Salão de Frankfurt de 1983 como protótipo, teve de se esperar três anos para surgir a versão de estrada de um automóvel que, na realidade, tinha sido concebido para se bater nos troços de meio mundo com os Grupo B do Mundial de Ralis, considerada a era dourada da categoria pela sua espetacularidade e perigosidade. Nesse mesmo ano seriam proibidos, pelo que não seriam vistos em ralis (mas, sim, no Dakar onde obtiveram duas vitórias).

Era um superdesportivo de tração integral, com um sistema de admissão sequencial com dois turbocompressores de diferentes dimensões (o pequeno para velocidades inferiores) e sistema de controlo eletrónico. O motor era refrigerado a água.

Ficha técnica:
Tipo de desenho: turbocompressor (sequencial)
Cilindrada: 2.850 cc
Pressão máxima de admissão: 1,0 bares
Potência: 450 CV
Binário máximo: 500 Nm

Porsche 911 Turbo (964)

Apareceu em 1991, adaptando o motor de 3,3 litros do seu antecessor, embora tenha sido melhorado com novos tratamentos dos gases de escape com catalisadores metálicos de três vias e uma catalisador adicional para a saída do bypass. Com isto cumpria as normas de emissões da época.

Além disso, foi acrescentada a injeção com pressão controlada e um intercooler 50% maior. O resultado foi um débito de 320 cv. Dois anos depois, em 1993 foi substituido por uma versão de 3,6 litros e 360 CV.

Ficha técnica:
Tipo de desenho: um turbocompressor
Cilindrada: 3.299 cc
Pressão máxima de admissão: 0,8 bares
Potência: 320 CV
Binário máximo: 450 Nm

Porsche  911 Turbo (993)

Apresentado em 1995 copiava a fórmula de turbo duplo do 959, embora neste caso ambos os compressores tinham a mesma dimensão (cada um alimentava uma fila dos seis cilindros dispostos em lados opostos – bóxer). Tinha uma cilindrada de 3,6 litros e a válvula de descarga estava integrada numa turbina de nova geração.

Em 1997 chegou o Turbo S, e pouco depois surgiria a variante mais radical, o 911 GT2 derivado da competição e que debitava 450 CV.

Ficha técnica:
Tipo de desenho: turbocompressor duplo (paralelo)
Cilindrada: 3.600 cc
Pressão máxima de admissão: 0,8 bares
Potência: 408 CV
Binário máximo: 540 Nm

Porsche 911 Turbo S (996)

A geração 996 do Porsche chegou em 1997 e teve de esperar quatro anos para conhecer a variante Turbo, e outros três para descobrir o Turbo S. Tinham o VarioCam Plus, um sistema de distribuição variável que muda a fase da árvore de cames e a elevação das válvulas de admissão.

O motor era baseado no vencedor das 24 horas de Le Mans de 1998, o GT1. O Turbo S contava com um motor de 450 CV que exigia uns radiadores mais eficientes e catalisadores modificados para regular o funcionamiento do motor. E uns travões cerámicos para o parar.

Ficha técnica:
Tipo de desenho: turbocompressor duplo (paralelo)
Cilindrada: 3.600 cc
Pressão máxima de admissão: 0,9 bares
Potência: 450 CV
Binário máximo: 620 Nm

Porsche 911 Turbo (997)

Destaca-se por incluir uma turbina de geometria variável no turbo. Isto significava que umas aletas em volta da turbina modificavam o ângulo em que chega o gas ao escape.

Apesar desta tecnologia, denominada VTG, já ser habitual nos motores diesel, Porsche refere que a teve de desenvolver praticamente do zero porque a temperatura atingida era muito elevada e obrigava à utilização de materiais da indústria aeroespacial para a suportar e para obter o rendimento pretendido.

Ficha técnica:
Tipo de desenho: turbocompressor duplo (paralelo)
Cilindrada: 3.600 cc
Pressão máxima de admissão: 1,0 bar
Potência: 480 CV
Binário máximo: 620 Nm com controlo de sobrepressão

Porsche 911 Turbo S (992)

O mais recente, aquele que nos deixa enamorados. O motor combina válvulas de descarga com turbinas VTG, com a diferença de que agora os turbocompressores são maiores e têm uma disposição simétrica. As vantagens podem ser encontradas no arranque a frio, pois o aquecimento é mais rápido, graças à descarga controlada electronicamente.

Também se conseguiu uma maior eficiência ao reduzir automaticamente a contrapressão dos gases de escape quando funcionam em plena carga, reduzindo o gás residual do cilindro que resta na combustão. O resultado de este tabú técnico para alguns traduz-se numa potência de 650 CV e de um binário de 800 Nm.

Ficha técnica
Tipo de desenho: turbocompressor duplo (paralelo)
Cilindrada: 3.800 cc
Pressão máxima de admissão: 1,4 bares
Potência: 650 CV
Binário máximo: 800 Nm

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