fbpx




A luta da Bugatti contra a onda de veículos de dois lugares elétricos e de combustão que roubaram a coroa de desempenho do Chiron começa com o novo Tourbillon.

É mais leve, mais potente e muito mais rápido do que o supercarro que substitui, além de ter o painel de instrumentos mais radical alguma vez visto.
Podemos aprofundar o design e os pormenores mais tarde, mas vamos primeiro falar do motor e do que ele pode fazer. Porque este é um motor que vai querer conhecer e ouvir em ação. A Bugatti eliminou o W16 de 8,0 litros que, sob várias formas, equipou todos os modelos desde que o Veyron reeditou a marca em 2004. No seu lugar, surge um V16 de 8,3 litros de aspiração natural, concebido pela Cosworth, que roda as 9.000 rpm.

Os especialistas da Rimac, que assumiram o controlo da Bugatti em 2021, decidiram não ir pelo 100% elétrico com o Tourbillon, mas usaram seu know-how para criar uma configuração híbrida de três motores que quase dobra os cavalos e oferece uma autonomia elétrica de 60 km.

Só o V16 por si produz uns poderosos 1000 CV, praticamente igualando a potência do W16 do Veyron 1001 CV, mas fá-lo sem a ajuda de quatro turbos. No entanto, o que era suficiente há 20 anos atrás é pouco para os tempos modernos, pelo que o sistema híbrido do Tourbillon atinge os 800 CV.
E, ao contrário dos anteriores Bugatti da era moderna, este é um daqueles que sabe mesmo cantar. Os antigos W16 eram ótimos a dobrar a física, mas tinham um som bastante aborrecido. O novo V16 faz um barulho ao estilo de uma motoserra com injeção de nitrogénio à medida que vai subindo as rotações para gerar um total de 1800 CV e uma quantidade não especificada, mas presumivelmente enorme, de binário.

O Tourbillon atinge os 400 kmh em “menos de” 25 segundos. O Chiron precisou de 32,6 segundos para fazer o mesmo, e até o recordista Nevera da Rimac precisou de 28,6 segundos. Pode ouvir o Tourbillon a engrenar as mudanças no vídeo do painel de instrumentos abaixo e, a menos que a Bugatti tenha acelerado a filmagem, parece que os números oficiais são muito conservadores.

A velocidade máxima predefinida é de 380 kmh, a mesma que o Chiron alcançou, mas enquanto a inserção da segunda “chave de velocidade” no carro mais antigo aumentou o limitador 420 kmh, fazer o mesmo no Tourbillon deixará a velocidade subir para 445 kmh.
Esta velocidade é apresentada num impressionante painel de instrumentos que parece ter sido imaginado por um fanático por relógios com uma paixão pelas motas do início dos anos 90, e ajuda a explicar o nome do novo automóvel da Bugatti. Um turbilhão é um dispositivo inventado em 1801 que ainda é adicionado a relógios muito sofisticados.

Fazer marcha-atrás com a caixa de dupla embraiagem de oito velocidades e, em dois segundos, surge um ecrã com imagem no topo do painel de instrumentos para mostrar o que está a acontecer lá atrás.
O resto do interior é muito parecido com o do Chiron, mas apresenta alguns detalhes muito interessantes. Um deles é o botão na consola que se utiliza para ativar o Tourbillon, que remete para os clássicos do início do século XX. Se puxar o botão, o V16 é ativado e se o empurrar, é desativado. Os pedais são ajustáveis eletricamente (os bancos são fixos) é outro destaque, mas o mais interessante é sem dúvida o volante.
A Bugatti produziu 500 Chiron, a última unidade saindo da linha de Molsheim em maio, nove anos depois do lançamento, em 2015. Mas o Tourbillon será duas vezes mais raro. A produção está limitada a 250 unidades, com os testes já em curso e os primeiros clientes a receberem os seus carros em 2026.

Não que esses clientes bilionários se importem com isso, mas essa exclusividade tem um preço, um preço ainda mais ultrajante do que o do Chiron. Vais custar qualquer coisa como 3,8 milhões de euros.

Ricardo Carvalho

Ver todas as publicações
Publicidade
Siga-nos no Facebook:
Publicidade
Publicidade